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Foto do escritorDaniela Oliveira

Alice Vieira, Jorge Palma e António Variações condecorados por Marcelo

Marcelo Rebelo de Sousa condecorou dia 17 de novembro a escritora Alice Vieira e os músicos Jorge Palma e António Variações, este a título póstumo, anunciou a Presidência da República.


Fotografia: DR


Alice Vieira, 77 anos, jornalista e escritora, foi distinguida como Grande-Oficial da Ordem da Instrução Pública, condecoração que reconhece “altos serviços prestados à causa da educação e do ensino”.


Em mais de quatro décadas de escrita, Alice Vieira publicou poesia e romance para adultos, mas é no universo infanto-juvenil que a situam, com várias dezenas de livros, entre os quais “Rosa, minha irmã Rosa”, “Úrsula, a maior”, “Viagem à roda do meu nome” e “Meia hora para mudar a minha vida”.


Em 1997, Alice Vieira foi condecorada com a Ordem do Mérito, no grau de Comendadora, pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, juntamente com outras 31 personalidades femininas, no âmbito do Dia Internacional da Mulher.


Na cerimónia, Marcelo definiu a escritora como "uma figura constante e decisiva da cultura portuguesa", cuja obra, "com uma clareza e pertinência jornalística", chegou a "inúmeras gerações de leitores".


Jorge Palma foi hoje condecorado comendador da Ordem do Infante D. Henrique, num ano em que celebrou o 70.º aniversário e os 45 anos da edição do primeiro álbum, “Com uma viagem na palma da mão” (1975).


Em setembro passado, Jorge Palma recebeu a medalha de mérito cultural da câmara de Lisboa, no final de um concerto para celebrar 70 anos. Na altura o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que estava na assistência, subiu ao palco para dizer que, atribuída esta distinção pela autarquia, “a seguir vai ser a homenagem nacional”.


O chefe de estado considerou o artista "um caso raro em Portugal: um compositor-intérprete admirado pelos colegas, amado pelo público, demasiado célebre para o papel de génio obscuro, demasiado genuíno e rebelde para ser um músico previsível e formatado".


Jorge Palma partilhou a distinção com "todos aqueles que, na área da Cultura, tanto de si têm dado e que sobretudo neste momento de aflição [em contexto de pandemia] continuam a esforçar-se por dar".


António Variações foi condecorado, a título póstumo, comendador da Ordem do Infante D. Henrique, tendo a distinção sido recebida por Jaime Ribeiro, um dos irmãos do músico.


Foi sublinhada a "justíssima homenagem comunitária", e Marcelo Rebelo de Sousa recordou "a capacidade quase única de conjugar a tradição e a modernidade".


"Soube trazer a novidade, o cosmopolitismo de Londres e Amsterdão, à ousadia e provocação que lhe eram tão queridas", disse o chefe de Estado.


Arrojado e irreverente, influenciado pelo fado, pela música popular e pelo pop rock, António Variações, barbeiro de profissão e artista de vocação, morreu aos 39 anos em junho de 1984.


O músico deixou apenas dois álbuns editados e várias canções que se inscrevem na história da música pop portuguesa, como “Canção do engate”, “O corpo é que paga” e “Estou além”.


A vida e a obra musical de António Variações deu origem a uma peça de teatro, a um filme de ficção, biografias, exposições, espetáculos e um álbum de reinterpretações, pelo projeto Humanos.

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