Um novo sistema de ensino foi implementado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Docentes e estudantes adaptam-se à nova realidade, em plena pandemia.
Para o novo ano letivo, a Faculdade de Letras optou por reduzir o número de pessoas que frequentam, em simultâneo, as instalações. Os alunos foram divididos em dois turnos, com o critério da ordem alfabética. Enquanto os alunos cujos nomes começam por uma letra entre A e I se deslocam à faculdade, os restantes assistem às aulas online, trocando na semana seguinte.
O Impresso e o JornalismoPortoNet (JPN) foram à Faculdade de Letras da Universidade do Porto para perceber a eficácia deste modelo e o impacto na produtividade dos estudantes, neste caso, no curso de Ciências da Comunicação (de que o JPN faz parte). As opiniões divergem: há quem, como a Salomé, seja adepto do ensino à distância, outros, como a Rita, preferem dirigir-se à faculdade, mesmo que isso implique viagens demoradas.
Um dos problemas apontados pelos alunos é a dificuldade em estabelecer contactos com os professores e outros serviços académicos, como, por exemplo, na requisição de equipamentos audiovisuais, essenciais para os trabalhos a realizar.
O professor Fernando Zamith defende o ensino totalmente presencial ou, na impossibilidade deste, as aulas online para todos. Deste modo, evitar-se-iam algumas das dificuldades técnicas e a comunicação seria homogénea.
Fernando Zamith reconhece que, apesar de os alunos perderem ao ter aulas online, sobretudo nas práticas, é a solução possível. Declara ainda que num curso de jornalismo o contacto entre colegas é fundamental, uma vez que prepara os estudantes para o trabalho em redação, nomeadamente para a discussão dos conteúdos noticiosos.
Nenhum dos entrevistados mostrou receio em deslocar-se às instalações universitárias. Dizem ter todos os cuidados necessários, mas reforçam a necessidade de um comportamento responsável por parte de todos.
Vânia Barbosa e Diogo Metelo
Esta reportagem foi realizada em conjunto com o JPN.
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