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Foto do escritorDaniela Oliveira

ELEIÇÕES EUA: Quando se sabe quem é o novo presidente?

As eleições dos EUA são amanhã, dia 3 de novembro. Não é certo que se saiba na noite eleitoral quem é o presidente norte-americano. Há seis estados que podem ser decisivos para o resultado.


Fotografia Getty Images


Os norte-americanos não elegem diretamente o presidente. O sufrágio norte-americano é indireto, os eleitores votam para o delegados do colégio eleitoral− 538. Os 50 estados não têm todos a mesma representação neste órgão, dado que depende da proporção da respetiva população. Por exemplo, a Flórida, o estado mais populoso, elege 55, enquanto o Alasca elege apenas 3. Para um candidato ser eleito presidente tem de conseguir eleger pelo menos 270 delegados.

Apesar de as eleições serem a 3 de novembro, 80 milhões de americanos já votaram até ao momento – o que equivale a um terço do eleitorado do país. Este ano os votos por correio e os votos antecipados estão a atingir números recorde; a pandemia justifica esta afluência. Esta ida às urnas ou aos correios pode causar alguns problemas já que os votos demoram a ser contados e cada estado tem as suas regras na contagem –vão desde a confirmação da assinatura do eleitor, à exigência de colocar o voto num “envelope de sigilo”. Por esta razão, é provável que na noite de dia 3 não se saiba quem vai ocupar a Sala Oval. No entanto, algumas combinações de vitórias em certos estados pode tornar possível conhecer o novo presidente.


Os chamados swing-states – estados que não têm historial de tendência política fixa: Arizona, Florida, Wisconsin, Carolina do Norte, Georgia, Minchigan – são, de acordo com as sondagens, os que vão permitir o desfecho das eleições. Três destes estados tomaram medidas para agilizar a contagem de votos, enquanto os restantes anunciam demoras na contagem de votos.


A Flórida, o Arizona e a Carolina do Norte são estados decisivos e estão a agilizar o processo de verificação e contagem. A Flórida já começou há várias semanas a verificar e a contar os votos por correio, o Arizona começou no dia 20 de outubro. No entanto, estes estados podem não anunciar os resultados na noite de dia 3; podem surgir imprevistos, que atrasem todo este processo.


O Michigan, a Pensilvânia e o Wisconsin são outros estados decisivos e que são considerados mais demorados. Não foram criados mecanismos para verificar e contar os votos por correio atempadamente. Todo o processo será feito durante a noite das eleições o que vai causar um impasse no resultado. Por exemplo, no Michigan as autoridades não podem começar a contar os votos por correspondência até às 7h do dia da eleição, o que pode levar dias até que este estado declare um vencedor, admitindo que não há recontagem. As sondagens indicam que para Trump ser reeleito terá de vencer num destes estados. A acontecer, não poderá declarar vitória na noite de terça-feira.


Se Biden ganhar a Flórida ou a Carolina do Norte, as sondagens indicam que a sua vitória se torna quase certa e poderá ser presidente no próprio dia. Mas, se o candidato republicano conseguir um dos estados que estão a agilizar o processo, poderá sair vencedor.


Estas conjeturas são feitas com a “garantia” de que ambos conseguem assegurar os estados que tradicionalmente não mudam o sentido de voto – Nova Iorque para os democratas e Alabama para os republicanos, por exemplo.

Todas estas possibilidades e combinações tornam muito expectável que os americanos – e o resto do mundo – tenham de esperar vários dias ou semanas para conhecer o futuro presidente.

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