Giro 2020: Etapa 19 reduzida e prémios doados

Josef Cerny (CCC) foi o primeiro a completar os 124 quilómetros dos 258 quilómetros previstos. João Almeida mantém a quinta posição na geral.

Fuga da etapa 19

Fotografia: Giro d'Italia

A manhã começou com condições meteorológicas adversas, já previstas, e uma decisão inesperada, após o protesto de vários ciclistas. A extensão da etapa, que seria a maior desta edição do Giro, a perda de capacidade do sistema imunitário em plena pandemia de covid-19, o cansaço acumulado e outros riscos para a saúde, foram as queixas apresentadas. Uma coisa é certa, os 133 ciclistas ainda em prova, pedalaram mais de seis horas em cada dia nas últimas três jornadas. De referir ainda que a etapa 18 apresentou o valor mais alto de metros de acumulado de subida numa só tirada desde que há registo (2006), 5.800 metros, a salientar a dificuldade particular do Stelvio.

A organização não teve grande alternativa a não ser concordar em encurtar o trajeto, como foi proposto pela Associação de Ciclistas Profissionais (CPA), já que muitos dos ciclistas não se apresentaram na partida. Ora, aqueles que já seguiam no quilómetro oito da prova apanharam boleia dos autocarros das equipas que os transportaram para o novo local de início.

O diretor do Giro de Itália, Mauro Vegni, alertou desde logo para as consequências da decisão repentina, nomeadamente, a possibilidade de avançar com processos judiciais a equipas e atletas envolvidos no protesto, Para já, a organização decidiu doar os prémios monetários devidos aos ciclistas pela 19.ª etapa a um centro médico dedicado ao combate contra a covid-19.

A prova em si, seguiu num ritmo suave, em ambiente alegre e descontraído no pelotão, que chegou a 11m43s do checo Josef Cerny, onde seguiam os primeiros classificados da geral, e, como tal, sem alterar as diferenças de tempo destes ciclistas. A fuga de 14 elementos não foi combatida visto que faziam parte deste grupo ciclistas a mais de hora e meia da camisola rosa.

Desta forma, Wico Kelderman (Sunweb) continua a liderar o Giro 2020 com uma vantagem de 2m16s para o ciclista português João Almeida (Deceuninck-Quick Step). Quanto à categoria de montanha, a camisola azul continua a pertencer a Rúben Guerreiro (EF) com os mesmos pontos alcançados até à etapa 18.

O Giro está próximo do fim, mas a luta pelas camisolas ainda não está concluída. Estão em discussão 138 pontos de montanha este sábado e, no domingo, a maglia rosa é decidida no contrarrelógio final, em Milão.