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Foto do escritorDiogo Metelo

Marcelo anunciou recandidatura a Belém

O Presidente da República procura o segundo mandato com o mote “cada português conta”. Para já, são sete os pré-candidatos às eleições presidenciais de 24 de janeiro de 2021.

Fotografia: Rafael Marchante - Reuters


O anúncio de Marcelo Rebelo de Sousa teve como palco o mesmo espaço no qual, em 2016, se lançou a Belém. Quatro anos depois, chegou sozinho, a pé, oriundo do Palácio que pretende continuar a ocupar e revelou ao país o porquê da recandidatura e quais os planos para o segundo mandato, sem esquecer o apelo ao voto.


Marcelo, que reforçou a ideia de se manter fiel aos seus ideais inalterados ao longo dos últimos cinco anos e que já é conhecido pelos portugueses “há pelo menos 20 anos, semana a semana”, quer fazer o país renascer após a pandemia considerando que não se recandidatar seria “sair a meio de uma caminhada exigente e penosa”.


O candidato independente, com 71 anos (completa 72 anos a 12 de Dezembro), respondeu às críticas de Ana Gomes sobre a estabilidade política, nas entrelinhas, e deixou um recado para André Ventura, dizendo que defende a democracia liberal, e “não a iliberal, que não é democrática” e também a Tiago Mayan, respondendo com o vincar do seu caráter constitucionalista e defensor da Constituição, “que jurei cumprir e fazer cumprir, e fiz cumprir”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.


Por fim, descreveu-se, “orgulhosamente português e por isso universalista. Convictamente católico e por isso dando primazia à dignidade da pessoa, ecuménico e contrário a um Estado confessional. Assumidamente republicano e por isso avesso a nepotismos, clientelismos e corrupções. Determinadamente social-democrata e por isso defensor da democracia e da liberdade”.


Embora as candidaturas a Presidente da República só sejam válidas depois de formalmente aceites pelo Tribunal Constitucional, e após a apresentação e verificação das assinaturas de cidadão eleitores, mínimo de 7.500 e um máximo de 15.000, há mais seis candidatos a ter em conta além de Marcelo Rebelo de Sousa. Em janeiro, serão transmitidos 15 duelos, em modelo frente-a-frente, nos três canais generalistas - RTP, SIC e TVI.


Ana Gomes

Fotografia: João Porfírio


A ex-eurodeputada do Partido Socialista (PS), entre 2004 e 2019, depois de integrar o órgão restrito da direção, o Secretariado Nacional, durante a liderança de Ferro Rodrigues (2003-2004), não reúne consenso dentro do partido, que terá liberdade de voto apesar de António Costa apoiar a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. Contudo, conta com o apoio de algumas figuras socialistas de peso, como Manuel Alegre, Francisco Assis e Pedro Nuno Santos, e dos partidos PAN e Livre.


Aos 66 anos avança com a candidatura a Belém para combater as forças anti-sistema que querem derrubar a democracia, o sistema instalado dentro da democracia. Para Ana Gomes, a sua candidatura será “aberta a militantes de todos os partidos democráticas e a todas as pessoas que, não tendo atividade política, se identificam com as causas que defende”, referiu quando se apresentou ao país como candidata.


André Ventura

Fotografia: Manuel de Almeida


O presidente e deputado único do partido Chega, desde abril de 2019, que foi militante do PSD e candidato por este partido à Câmara Municipal de Loures, em 2017, admite que será difícil derrotar Marcelo Rebelo de Sousa, mas tem esperanças que haja uma segunda volta e capte mais eleitores do que a candidata socialista Ana Gomes.


No vídeo do lançamento da sua candidatura, a 8 de fevereiro, André Ventura atacou o atual Presidente da República, “Marcelo Rebelo de Sousa é a face deste sistema, nasceu neste sistema, cresceu com este sistema e defende este sistema. Nós somos precisamente o oposto” e acrescentou a sua insatisfação perante a ausência de palavras de Marcelo sobre temas como “o combate à corrupção, as condições de trabalho das forças de segurança e as dificuldades do Ministério Público na investigação de políticos”.


João Ferreira

Fotografia: Gonçalo Villaverde / Global Imagens


João Manuel Ferreira, de 41 anos, apontado como sucessor de Jerónimo de Sousa à frente do Partido Comunista Português, é formado em biologia e é atualmente deputado do PCP no Parlamento Europeu, que acumula com o cargo de vereador à Câmara Municipal de Lisboa.


O secretário-geral do PCP considera que as próximas eleições para Presidente da República se revestem “da maior importância, pelo enquadramento nacional e internacional em que decorrem e pelas funções e papel do Presidente da República na vida nacional”. João Ferreira preza pela defesa da Constituição, garante de direitos, como o da saúde, num momento de pandemia de Covid-19, ou na defesa do “enlace” de direitos, laborais, sociais e ambientais.


Marisa Matias

Fotografia: José Sena Goulão


A eurodeputada e candidata do Bloco de Esquerda afasta um cenário de desistência que dê força a uma só candidatura de esquerda. Assumidamente “republicana, laica e socialista" quer superar o resultado conseguido na sua estreia na corrida a Belém, há cinco anos, quando obteve 10,1% dos votos, o melhor resultado de sempre para o BE.


Com um percurso e ideias semelhantes a Ana Gomes, o trajeto como eurodeputadas, o combate contra a corrupção, o branqueamento de capitais, Marisa Matias promete uma campanha "a ouvir, a dar voz à gente sem medo, a apoiar a coragem de quem cuida dos outros. Portugal precisa de saber quem são e de ouvir quem faz a vitória sobre o medo”, referiu a 9 de setembro.


Na altura, Marisa Matias apontou ainda as diferenças para o atual Presidente da República, “Marcelo quer um regime político assente em mais do mesmo, eu quero um regime que responda à pandemia social e acabe com os privilégios; ele aceitou um regime financeiro que se foi esvaindo em privatizações e negócios, eu quero uma banca pública de confiança; ele quer um sistema de saúde concedido em parte a hospitais privados, eu quero um Serviço Nacional de Saúde de qualidade para todos”.


Tiago Mayan Gonçalves

Fotografia: DR


Um dos membros fundadores do partido Iniciativa Liberal e advogado, Tiago Mayan Gonçalves, avançou com a candidatura para o cargo de Presidente da República com a intenção de juntar votos não só dos eleitores liberais, mas também daqueles que não se revêem “num Presidente que deixou de o ser" ou em candidatos “populistas de esquerda e de direita”, ou seja, para ocupar o espaço entre a recandidatura do Marcelo Rebelo de Sousa e a candidatura do líder do Chega, André Ventura.


O candidato da IL diz estar “descomprometido” de interesses e livre de compadrios, "não estou envolvido em teias de interesses, de cumplicidades e de conveniências, dos séquitos e das elites do Terreiro do Paço”, acrescenta que não se submete a qualquer Governo e acusa o Governo socialista de atacar direitos e liberdades individuais e manter o país em estagnação.

Tino de Rans

Fotografia: Lusa/João Coelho


Nas presidenciais de 2016 Vitorino Silva, conhecido como Tino de Rans, foi também candidato, registando então 152 mil votos. Calceteiro que trabalha na Câmara do Porto, considera que conquistar mais um voto é uma vitória, mas almeja disputar a segunda volta da eleições na qual antevê a participação de Ana Gomes, Marisa Matias e André Ventura.


“A minha candidatura é muito forte, feita de gente simples onde a qualidade impera”, defende Vitorino Silva, O candidato mostrou-se contra a realização das eleições em janeiro, em contexto de pandemia, temendo a abstenção da população mais idosa, "por estarem enfraquecidos ou com medo”.



A campanha eleitoral, decorre entre os dias 10 e 22 de Janeiro. Dia 24 de janeiro, os portugueses vão às urnas.

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