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Foto do escritorVânia Barbosa

Pandemia já afetou os rendimentos de 45% dos portugueses

Um estudo do Parlamento Europeu revelou que a incerteza predomina nos portugueses. População economicamente afetada pela Covid-19 quer atuação da União Europeia.

Foto: Jornal Económico

A terceira sondagem encomendada pelo Parlamento Europeu, em 2020, acerca da União Europeia e da opinião pública durante a pandemia da Covid-19, revela dados importantes sobre os portugueses. Cerca de 45% da população já foi afetada nos rendimentos individuais e 31% acredita que será prejudicada no futuro.


Os dados relativos à população europeia mostram um total de cerca de 39% de pessoas já afetadas pela crise económica e 27% à espera de o ser mais tarde. Estes valores mostram que Portugal está acima da média da UE, ou seja, os portugueses estão a ser um dos povos mais prejudicados.


Os resultados revelam ainda que os jovens e famílias com crianças aparentam ser os mais atingidos pela crise, com 64% dos europeus entre os 16 e os 34 anos a referirem já ter experienciado algum tipo de dificuldade financeira e 27% dos inquiridos com crianças a revelarem que já utilizaram as suas poupanças mais cedo do que o previsto.


60% dos portugueses inquiridos mencionam a “incerteza” como principal estado emocional. No que diz respeito aos europeus, a percentagem é de 50%.


O funcionamento da UE na resposta à crise económica é criticado por 66% da população europeia, que afirma que a organização deveria ser mais competente no combate à pandemia. 54% das pessoas inquiridas acredita que a solução passaria, nomeadamente, pela adequação do orçamento à crise económica e social provocada pela Covid-19.


Em Portugal, 83% dos inquiridos diz que a UE deveria ser mais capaz de lutar contra esta crise e cerca de 67% dos portugueses acham que a organização não tem meios suficientes, a nível financeiro, para a intervenção necessária.


Em comunicado, o Parlamento Europeu afirma que os fundos europeus devem ser atribuídos, apenas, a Estados-membro “com um sistema judicial funcional e um forte respeito pelos valores democráticos comuns”. 77% da população inquirida concorda com a declaração, defendendo a ajuda aos Estados-membro “na condição dos seus Governos implementarem o Estado de Direito e de princípios democráticos”.


54% dos europeus e 72% dos portugueses consideram que a prioridade do orçamento deveria ser a saúde pública, seguida da recuperação económica e apoio às empresas, alterações climáticas e proteção do ambiente e, por fim, emprego e outros temas sociais.

Em relação à solidariedade entre os Estados-membro da UE, há ainda muita insatisfação generalizada. O descontentamento dos inquiridos também se aplica às medidas tomadas pelos Governos dos seus países no combate ao vírus.


Cerca de 65% dos cidadãos portugueses têm uma perceção positiva da UE. Os europeus revelaram uma avaliação mais positiva do que no primeiro inquérito, passando de 31%, em abril, para 41% de pessoas a ter uma perceção positiva da União Europeia.


Em Portugal houve um aumento de 13% no número de indivíduos que acham que as medidas de prevenção trarão mais danos para a economia do que benefícios para a saúde.

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